quarta-feira, 28 de março de 2018

RELATO DE UM PIONEIRO DE ROLÂNDIA EM 1936

PALMEIRAS QUE CRESCEM COMO ERVAS DANINHAS...
Foi encontrada uma longa carta escrita no ano de 1936 por Hans Kirchheim. A carta, redigida em alemão, conta da vida nos tempos pioneiros de Rolândia e foi traduzida pela filha do autor, Ruth Bárbara Steidle, em 2001, ao pé da letra, para o português.

...Nosso teto é, como são os usos da gente do mato, coberto com tabuinhas, encima de vigamento de palmito – isso são palmeiras que crescem como ervas daninhas em grande quantidade no mato, e que são um artigo de importância diária para os necessitados. Seus troncos são de fibras relativamente moles e de fácil decomposição, mas geralmente crescidos retos como velas, por isso podem ser usados com grande facilidade e ganho de tempo nas construções. Eles se deixam rachar com facilidade, tirando-se o miolo, podem ser usados como calhas para conduzir a água. Deitados uns ao lado do outro servem de soalho (quando molhados são escorregadios como gelo). Com as folhas do palmito, pessoas que ainda não tem pasto alimentam os cavalos que ficam com diarreia e as folhas bem jovens são comidas pelas pessoas com efeitos semelhantes. Em todo caso, os palmitos com sua casca branco-marmoreada são lindos no nosso telhado e nos deixam muito orgulhosos.
Rolândia, 26 de junho de 1936.

DANIEL STEIDLE

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